Terapia celular vira esperança para pacientes com câncer

CRÉDITO: acervo pessoal.

A cura definitiva contra o câncer é um desafio que mobiliza a ciência em todo o mundo. Somente os casos de leucemia, por exemplo, alcançaram cerca de 475 mil pessoas em todo o mundo em 2020. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê 11.540 novos casos por ano entre 2023 e 2025.

Outro tipo de câncer que traz preocupação à comunidade científica é o linfoma. A mesma OMS estima que, anualmente, 735 mil novas pessoas são diagnosticadas com esta doença. No Brasil, aponta o Inca, deverão ser registrados mais de 12 mil casos anuais no decorrer do triênio 2023-2025. O linfoma não Hodgkin (LNH), um dos seus subtipos, levou 4.357 brasileiros a óbito somente em 2020.

Um tratamento inovador já começa a fazer frente e a resgatar a esperança dos pacientes com esse e outros tipos de câncer. Desde que foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2022, a terapia com Car-T Cell vem combatendo com êxito o linfoma não Hodgkin, a leucemia linfoblástica aguda B e o mieloma múltiplo.

“O segredo do Car-T Cell é que ele funciona como um tipo de imunoterapia que atua através dos linfócitos T do próprio paciente com câncer. Essas células são retiradas do seu organismo, levadas a um laboratório, e modificadas para identificar e combater a sua doença. Após sua modificação, os linfócitos T passam a ser chamados de Car-T Cells. As Car-T Cells são infundidas no sangue do paciente, como se fosse uma transfusão, e começam a caçar as células malignas ”, explica o hematologista Guilherme Muzzi.

Especializado no uso do Car-T Cell pelo Hospital Clínic da Universidade de Barcelona, Muzzi reforça que os resultados usando essa técnica inovadora, de fato, tem a capacidade de potencializar as chances de cura dos pacientes. “É um procedimento revolucionário, que vem oferecendo novas perspectivas de vida aos pacientes. E esse tratamento ainda tem a vantagem de ser personalizado, ou seja, há uma adaptação das células do próprio paciente. Este detalhe é determinante para amenizar os efeitos colaterais”, explica o hematologista.

“É um método que serve como exemplo para a comunidade científica na esperança de que outras doenças possam ser combatidas da mesma forma no futuro”, sugere Guilherme Muzzi.

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